Se você segue os vídeos do Viver Consciente e já assistiu ao vídeo “Dieta Detox / Transição ao crudivorismo”, você talvez tenha se perguntado por quê eu procuro evitar o glúten no meu dia a dia. Para algumas pessoas isso é bem claro, muitas pessoas que fazem academia e que procuram ter uma dieta mais saudável já entendem os possíveis efeitos negativos que essa proteína pode nos causar. Aqui irei descrever um pouco a respeito e depois darei algumas dicas de como substituir os pratos com glúten por opções mais saudáveis.
O glúten é uma proteína que não pode ser digerida por nosso organismo, pois possui um formato que prejudica e pode destruir as vilosidades da mucosa do intestino delgado, que são responsáveis pela absorção de grande parte dos nutrientes que ingerimos. Ou seja, além de poder causar inflamação intestinal, ela pode também causar uma síndrome de má absorção – acarretando anemia e outros problemas de saúdes co-relacionados (descritos abaixo).
O consumo do glúten aumentou
Os pães e massas de hoje em dia possuem muito mais glúten do que antigamente, e nosso consumo também aumentou com o excesso de alimentos industrializados (biscoitos, pães, bolos, massas, etc). Além disso, muitos fabricantes de pães (mesmo os integrais) introduzem mais glúten do que o naturalmente contido na farinha, apenas para dar uma maciez extra ao produto. Se você for comparar com pães artesanais, perceberá que eles são menos macios/molengos, pois geralmente não têm adição extra de glúten.

Apesar do glúten ter um efeito devastador nas pessoas com doença celíaca, algumas pessoas também possuem certa sensibilidade a esta proteína, por isso é melhor evitá-la se você achar que possui alguns dos sintomas descritos aqui, ou ao menos, faça um teste de 1 mês sem consumir alimentos com ela para ver se você melhora (mas lembre-se que seus sintomas podem ser uma mistura de causas, desde excesso de glúten até muito açúcar, sensibilidade a estimulantes ou a outros ingredientes contidos nas suas refeições, dentre outros).
10 sintomas da sensibilidade ao glúten
1- Problemas digestivos como gases, inchaço, diarréia e constipação.
2- Queratose Pilar, ou seja, aquelas bolinhas que temos geralmente no braço. Isso tende a ser o resultado da deficiência de ácidos graxos e vitamina A, que pode ser causada pela má absorção de gorduras pelo intestino causada pelo dano do glúten à parede do intestino.
3- Fadiga, mente aérea, cansaço após consumir algum alimento contendo glúten.
4- Diagnóstico de uma doença autoimune como a Tireoide de Hashimoto, artrite reumática, colite ulcerosa, lúpus, psoríase ou esclerose múltipla.
5- Sintomas neurológicos como tontura e a sensação de estar sem equilíbrio.
6- Desequilíbrios hormonais como TPM, síndrome de ovário policîstico (SOP) ou infertilidade “inexplicável”.
7- Enxaquecas.
8- Diagnóstico de fadiga crônica e fribimialgia. Esses diagnósticos simplesmente indicam que o seu médico não conseguiu apontar a causa da sua dor ou fadiga.
9- inflamação, inchaço ou dor nas juntas (como nos dedos, joelhos, quadris).
10- problemas de humor como ansiedade, depressão, mudanças frequentes de humor e ADD.
(fonte: http://www.mindbodygreen.com/0-7482/10-signs-youre-gluten-intolerant.html)
Como evitar e como substituí-lo

Bem, para retirá-lo completamente de nossa dieta, teremos que parar de comer pães, bolos, cerveja e tudo que contiver trigo, cevada, centeio e aveia, principalmente em suas formas refinadas. O bom de evitar o consumo desses alimentos é que junto com eles, iremos também evitar alimentos refinados, açúcar, álcool, gordura hidrogenada ou refinada etc., o que será indiscutivelmente benéfico a nossa saúde. É importante lembrar também, que talvez você não tenha a necessidade de cortá-lo totalmente da sua dieta, o mais importante é você manter um consumo consciente e controlado, e sentir qual é o limite para você. Faça um teste de algumas semanas sem glúten e depois vá inserindo ele gradativamente até você compreender qual é o seu nível de sensibilidade.
Se você quiser comer um pão, procure fazer um pão caseiro com farinha de trigo integral (pois os pães integrais industrializados nem sempre são integrais de verdade, leia a lista de ingredientes!) ou compre o pão preto (pão alemão), que é mais caro, porém, se não for consumido todos os dias e a toda hora, poderá ser sim uma boa ideia para os momentos de “eu quero um pão agora!!” (rsrs). Esse pão é, geralmente, inteiramente integral e por isso, contém menos glúten (dá pra perceber só pela sua falta de elasticidade, ele geralmente se desfaz com facilidade quando o consumimos). Mas fique atento, essa opção é só pra quem é sensível ao glúten, pessoas verdadeiramente alérgicas (celíacos) não podem comer absolutamente nada com essa proteína.
Lembre-se que ao fazer a substituição, não basta apenas trocar por produtos que contenham farinha de arroz ou fécula de batata ao invés da farinha de trigo, isso porque estes alimentos são refinados e podem nos causar outros danos indesejados à saúde. Ao invés disso, busque ingerir o máximo de alimentos inteiramente integrais, pouco processados, além de frutas frescas e vegetais, e evite produtos industrializados, tóxicos e com aditivos químicos. Tenha em mente que o foco é melhorar a sua saúde e não de parar de comer glúten em si.
Outros substitutos podem ser:

– massa/spaghetti de vegetais (confira o vídeo-receita de spaghetti de abobrinha do Viver Consciente): apesar do gosto ser bem diferente (é um vegetal cru ou semi cru), essa é uma opção super saudável às massas de farinha de trigo. O spaghetti de palmito pupunha também é uma delícia (cru ou cozido).
– macarrão de arroz: é uma opção, porém não é minha favorita simplesmente porque é um produto refinado.
– biscoitos e pães sem glúten (geralmente feitos com farinha de arroz ou fécula de batata), são facilmente encontrados em loja de produtos naturais – também não é minha opção favorita pelos motivos citados acima.
– frutas secas, doces crus, frutas frescas como substitutos para o lanche da tarde – melhor opção pois são inteiramente integrais e ricos em nutrientes.
– Ao invés de fazer o couscous marroquino com a semola de trigo, faça com quinoa ou com couve flor (em breve a receita!!).
O melhor mesmo é trocar o pão/bolo da manhã ou da tarde (e o café também, se possível), por frutas e sucos frescos (um suco verde ou vitamina verde/green smoothie é uma boa!). Frutas como banana, manga, caquis, abacate possuem muita energia e nutrientes que nos darão um empurrão inicial que precisamos para o nosso dia. Adicionar verduras como o espinafre, a couve ou a salsinha nos sucos nos ajudará a limpar o organismo e a nos nutrir ainda mais – nos ajudando a ter uma saúde fantástica!
Confira os vídeos do Viver Consciente de como fazer uma vitamina verde (green smoothie) para ter uma manhã deliciosa e a receita do espaghetti de abobrinha. Bom apetite e até a próxima! Não deixe de curtir a página do Viver Consciente no facebook e a se inscrever no canal do youtube. 😉
Outras fontes de pesquisa (em inglês):
- http://www.huffingtonpost.com/amy-myers-md-/effects-of-gluten-on-the-body_b_3672275.html
- http://www.cnn.com/2013/04/05/health/gluten-5-things/
- http://gerson.org/gerpress/gluten-gluttons/
[…] Antinutrientes são componentes químicos naturalmente presentes em alguns alimentos de origem vegetal. Os mais conhecidos são os Fitatos (ou ácido fítico), Oxalatos (ácido oxálico), Lectinas e o Glúten. […]